Quem nunca presenciou isso?
É um cena facilmente imaginada:
"Uma roda de pessoas conversando, sobre um assunto qualquer, até que alguém faz algum comentário sobre uma coisa ruim acontecer, desde algo realmente trágico como alguém morrer, até algo que seria banal em muitas outras conversas, como uma ação X cair demais de um dia para o outro..."
O importante é que existe uma chance ENORME de uma das pessoas dessa roda começar a procurar freneticamente por algo de madeira, bater três vezes nela, e dizer algo parecido com "afasta".
Uma reação comum, passada de geração em geração pela mais pura observação. Mas, por quê?
Por que bater na madeira três vezes afastaria coisas ruins?
Algumas mitologias (e quando falo em mitologia posso adicionar algumas religiões nesse monte) explicam isso.
Algumas vezes até mais de uma vez na mesma cultura! Como é o caso da mitologia grega, pela qual vamos começar.
> Os gregos acreditavam que GAIA, a deusa mãe da terra, conectava todas as plantas em seu corpo. Quando uma pessoa batia três vezes numa árvore, eles esperavam que o som das pancadas reverberasse de tronco em tronco até atingir o topo do Monte Olimpo, morada dos deuses, onde as divindades escutariam o chamado de socorro e intercederiam pelas súplicas do pobre mortal.
> De forma menos genérica, algumas lendas dizem que o costume era bater apenas em carvalhos, pois essa era a árvore de Zeus, senhor de todos os deuses gregos. O mestre do Olimpo então, sentindo que um de seus eixos estava sendo acertado, viraria sua atenção para o humano na terra. Isso poderia até acarretar duas reações separadas, ou Zeus escutaria a súplica do grego, ou iria castigá-lo por agredir um carvalho, o que faria o tiro sair pela culatra.
Os Celtas, em contra ponto, tem sua forma de justificar esse costume.
> Para eles, cada árvore é a morada de uma divindade da floresta, que são usualmente benevolentes. As batidas serviriam então para acordar o pequeno deus que estivesse dormindo no interior do tronco. O deus despertaria de bom humor (o que é uma característica divina, pois os humanos acordariam em péssima boa vontade se fossem tirados da cama por batidas em suas casas) e ajudaria o celta com seu problema, ficando ao lado dele até que a situação se resolvesse.
Esse pensamento vai no sentido oposto à visão que tinham os Nórdicos.
> Os terríveis nórdicos acreditavam que as árvores eram moradas de demônios e duendes e que, algumas (muitas) vezes eles saíam de sua casa e ficavam atormentando os mortais, fazendo suas empreitadas darem errado e seus medos se concretizarem. Para se protegerem desses seres, as pessoas batiam três vezes em uma árvore, pois o demônio ou duende iria achar que seu lar estava sendo atacado e retornaria para defendê-lo, deixando em paz o humano atormentado.
De modo que o costume que temos hoje em dia de bater em, absolutamente, qualquer coisa feita de madeira, para afastar o mal tem base nessas culturas, mas o fato de cair a restrição de se ter as árvores como alvo é de responsabilidade cristã.
> Muitos cristãos afastam o mal batendo três vezes na madeira pois essa representa a cruz de Cristo. Que além de ser uma metáfora santa ainda tem grande carga motivadora, pois Cristo carregou sua cruz apesar de todas as dificuldades e ferimentos, até chegar no local onde se uniria com seu pai novamente, pela morte, ressurreição e ascensão. Tal façanha guarda a força de vontade de seguir adiante e vencer obstáculos, sentimento que é passado para a pessoa que bate na madeira e pede proteção.
Bem, essas são as versões que eu descobri com o tempo para esse costume. Caso saibam de mais alguma, me avisem para que ela fique registrada também!
Saudações Mitológicas!
Nossa, sensacional! Não tinha idéia de nenhuma das estórias!
ResponderExcluirAchei todas muito interessantes!!
E mais uma vez, parabéns pelo blog. Está INSANO!
Parabéns pela matéria! show de bola!
ResponderExcluirObrigado Waldecir!
ExcluirSe gostar desse assunto, lhe convido à escutar nosso podcast de mitologia ;)
www.costelasehidromel.com.br
Abraço!
Vc ñ seber nada isso e um cocô
ResponderExcluirVc ñ sebe nd
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