sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Mitologia Nórdica

Continuando nosso mês de mitologia Nórdica...
E, me falaram essa semana: "Por que você não faz um post introdutório sobre essa mitologia?"

Pensei a respeito e achei que a pessoa tinha razão, afinal, conhecer o Thor e seus companheiro só porque saiu um filme da Marvel no cinema não significa que dê para pegar esse bonde andando!


Então vamos começar do começo!

A mitologia Nórdica, ou Escandinava, não possui uma data bem definida de quando começou a ser estruturada, porém sabemos que suas raízes estão vinculadas aos povos germânicos do norte da Europa, principalmente àqueles que eram chamados de Vikings (nascidos nas regiões das atuais Noruega, Suécia, Dinamarca, Islândia, etc).


Os habitantes dessa região foram tão intensamente marcados por essa cultura que, mesmo depois da disseminação do cristianismo, muito dos costumes pagãos associados à Mitologia Nórdica ainda são amplamente identificáveis no folclore e nas festas tradicionais.

Grande parte das informações, que foram levantadas por estudiosos, foram encontradas nas Eddas, em prosa ou verso. Essas Eddas são compilações do século 13 e trariam em seu corpo as principais sagas e lendas nórdicas, da onde se estruturou a mitologia.
Em paralelo, e com a devida técnica/tecnologia atual, foram feitos estudos de "Mitologia Comparativa" e "Linguística Histórica", os quais confrontam informações de diferentes culturas e proto-mitologias para a definição de uma linha principal de pensamento.

Outros documentos, contando mais sagas e descrições e referentes até o século 17, complementaram as informações que estavam nas universidades, assim como achados de objetos e estruturas dessas épocas, inclusive grandes monumentos de rocha gravados com runas.


Ok, ok! Mas e a Mitologia? Quero saber dela!

Acredito que podemos começar pelo mais óbvio. A Mitologia Nórdica é politeísta e contém, como a mitologia grega, uma infinidade absurda de deuses, heróis, criaturas mágicas e mundos...

Como panteão principal temos grandes deuses como, Odin, Thor, Freya, Hel, Idunn, Loki (na verdade ele é um gigante, mas foi adotado pelos deuses), Baldr e Heimdallr. Ou aqueles que representavam os tempos ou elementais, como Sól (Sol), Máni (Lua), Jörd (Terra), Dagr (Dia) ou Nótt (Noite).
Grandes criaturas fantásticas fazem sempre aparições nas sagas, como os gigantes de gelo, dragões, a serpente-do-mundo Jörmungandr, o lobo Fenrrir e o cavalo mais veloz do mundo, Sleipnir.




O universo nórdico é dividido em nove mundos:
- Asgard, o mundo dos deuses
- Midgardr, o mundo dos humanos
- Jotumheim, o mundo dos gigantes
- Vanaheim, o mundo dos Vanir
- Alfheim, o mundo dos elfos
- Musphelheim, o mundo de fogo
- Svartalfheim, o mundo dos elfos negros
- Nidavellir, o mundo dos anões
- Niflheim, o mundo de gelo (onde se acreditava ficar localizado Hel, o mundo dos mortos)
Todos os mundos eram unidos por uma gigantesca árvore (para atravessar o universo de ponta a ponta, imaginem o tamanho!), chamada de Yggdrasil, que possuía três grandes raízes onde se sentava, em cada uma, uma norma. Como na mitologia grega, tais "senhoras" ditavam o destino de tudo e de todos, inclusive deuses e mundos.


Diferente de algumas mitologias, na mitologia nórdica, os deuses não eram super-poderosos à toa. Para começar, eles não eram, sequer, imortais e, por isso, precisavam consumir frequentemente as maçãs da deusa Idumm, as quais eram consagradas por darem de volta a juventude para quem as saboreassem.
Outro bom exemplo disso é a lenda de Odin ter conseguido a sabedoria dos nove mundos tendo de sacrificar um de seus olhos e o conhecimento das runas após se pendurar em Yggdrasil por nove dias.

A morte também era vista de maneira peculiar pelos Nórdicos. Toda sua mitologia é pautada em combates, batalhas e conquistas. A visão de bem e mal, como conhecemos atualmente, não se encaixaria de maneira adequada na realidade daquele povo. De modo que, a melhor morte, era aquela gerada por espada, lança ou flecha de um inimigo.
Ao morrer em combate, um guerreiro podia ter dois destinos: ou ele seria recrutado pelas Valkyrias (mensageiras de Odin) e levado para o Valhalla, para aguardar bebendo e festejando até o dia do Ragnarok (apocalipse nórdico), quando lutariam ao lado dos deuses, ou ele era enviado pela deusa Freya para as planícies de Folkvangr, onde seria treinado para melhorar suas habilidades e também estar apto a se apresentar a Odin quando a batalha final se iniciasse.



Aquelas pessoas que morriam no mar e as virgens tinham destinos diferentes dos anteriores, os primeiros eram levados pela deusa Rán até seu palácio submerso, onde passariam o resto da eternidade, e as segundas eram conduzidas pela deusa Gefjon e seriam suas aias até o fim dos tempos.
Todo o resto, pessoas que morriam atacadas por animais, doenças, velhice, etc, iam parar no mundo dos mortos, Hel (que não é o inferno cristão, apenas um local dos mortos), onde passariam a vagar sem rumo, refletindo sobre seus atos e falhas em vida.

O Ragnarok mencionado é a batalha que marca o fim de uma era, pois os nórdicos acreditavam que o tempo é cíclico, onde todos os mundos seriam destruídos por chamas e os seres, divinos ou não, seriam exterminados. Desse pandemônio, sempre sobrariam alguns deuses e dois humanos, Ask e Embla, que repovoariam a terra.


Isso foi aproveitado pelos cristãos, durante o processo de conversão dos povos bárbaros. Eles afirmaram que esse tempo cíclico um dia se romperia e, em um dos Ragnaroks, sobrariam apenas um homem e uma mulher, Líf e Lífprasir (futuramente chamados de Adão e Eva), que repovoariam um novo mundo, governado por um único deus e o tempo, uma vez que sua rotina foi quebrada, passaria a ser linear e contínuo.

Bem, com isso tudo, acho que já temos uma base para nos divertimos e adentrar com mais intensidade nos detalhes!

Vamos adiante!
Saudações Mitológicas!


7 comentários:

  1. Muito bom! Agora fica mais fácil entender o desenrolar da história!
    Ta certo que eu estou com muito sono para ter assimilado tudo, mas depois eu releio e fica tudo certo! Hehe
    Abraços

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    1. Essa foi exatamente a ideia! Valeu pela dica, vou usar esse mesmo conceito quando for falar das outras mitologias.

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  2. Oooops! Postei no FB ao invés daqui. Adorei, acho q essa paixão pelas antigas religioes é ancestral (kkkk) . Só uma dica: troque a terminologia católica para cristã. Foi o cristianismo que sufocou as religiões pagãs, o catolicismo é bem mais recente que isso.

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    1. Obrigado!! Sempre adorei mesmo!
      Corrigido! E ainda aprendi algo a mais, pois corri atrás das diferenças.
      O catolicismo realmente é mais recente e nele se acreditam nos santos e nos milagres feitos por eles, enquanto no Cristianismo se acredita apenas em Cristo e em Deus, pelo visto nem a santidade da mãe de cristo é considerada.

      Bjao

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  3. Pô texto muito bacana...

    Não somente pelo filme Thor, mas existem vários outros que também tentam retratar um pouco dessa mitologia. Digo um pouco, pois como você mesmo disse no texto, é um universo muito vasto, vários Deuses, criaturas e etc... A lenda de Beowulf, O anel dos nibelungos, 13° Guerreiro, e ainda a série Vikings que fala muito sobre Odin.. Show de bola...

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    1. Opa! Valeu Riders!

      Com certeza existem muitos filmes que citam diretamente essa mitologia, mas existe ainda muito material que "se baseiam" nos nórdicos, sem citar eles diretamente. A Lenda de Beowulf é uma base padrão para histórias de heróis.
      Estou preparando um post com uma lenda mesmo, escrito em prosa e tals, espero que goste quando eu lançar!

      Abraço e valeu o apoio!

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